Ela o vê em frente ao seu prédio, ele interfona para o porteiro e diz um andar e um nome. O porteiro lhe fala para esperar, e após um minuto volta a conversar com o garoto:
- Desculpe, mas acho que ela não esta.
Ele assente, apóia uma de suas mãos na grade da porta do prédio e olha para o lado. Vê uma menina, ela. Aquela quem procurava. Sorri - um belo e largo sorriso. Ela o vê e sorri - um tímido e expressivo sorriso -, olha para baixo e continua a andar.
- Que cara é essa? Aconteceu algo? - pergunta ele quando percebe a triste afeição da menina.
- Adivinha... - diz ela ao parar em sua frente.
- Bom, não te conheço, mas talvez possa dizer que tem haver com algum menino...
- Não... Sim. Não, na verdade tem..
- Namorado?
- Não, não namoro há um tempo.. Infelizmente... - olha para baixo.
- Então está apaixonada? - a interrompe. A menina se limita a olha-lo e assente com a cabeça. - Posso saber. - ele espera. - Quer dizer... que é?
A garota o olha atenta, examina cada detalhe de seu rosto, sorri com vergonha e logo fecha a boca. Seus olhos se encontraram com os dele. A combinação perfeita.
- Pelo seus olhos.
Um olhar é um instante em que as almas se revelam, se encontram, se desnudam. As janelas, os espelhos, todos revelados diante do rosto, na eternidade efemera daquele momento. Pois a paixão é esse encontro também, por breves ocasiões deixamos nos mergulhar na profundidade do outro, nos afogar e ressurgir novo e límpido ser apaixonado.
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