Sou obrigado a olha-lo todos os dias, chego no colégio. Sento em meu lugar de costume e toca o sinal. Então ele entra, dá bom dia e a aula ocorre sem nenhum problema - visível. Meu peito dói, e ele me olha daquela maneira como se eu fosse mais que uma aluna, mas ninguém pode saber. O sinal toca e todos saem correndo para o intervalo, e eu como todos os dias, fico mais dois minutos pedindo ajuda no dever. Ele vem agacha ao meu lado, e sabe que é mais que isso. Ele sabe que eu não tenho duvidas.
Minha mão apoiada na cadeira do lado do meu corpo, ele finge querer se levantar apenas para apoiar sua mão na minha. O toque gela, e ele me olha desesperado. Não conseguimos mais segurar, ele precisa sentir meus lábios, tanto quanto eu preciso dos deles. Nenhum de nós desvia os olhos, e eles são como imãns agora.
Seus olhos percorrem meu rosto, e os meus o acompanham... Agora estamos olhando um para a boca do outro, todos sabem o que isso significa.
Sua mão ainda na minha, ele percebe, então a tira com vergonha, e medo. Seus olhos suplicam o meu, pedindo, implorando para eu crescer, para não ser sua aluna. Mas não é essa a realidade.
Então o sinal toca, e tenho mais uma aula sufocante com o mesmo professor, ele segue até a lousa e me olha, olhos desesperados, implorando por um beijo. Mais. Um. Beijo.
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