Anjo de Sangue; Demônio Belo Iluditor
(Prólogo) “Se alguém tivesse me avisado antes, talvez estivesse viva. Lia histórias a respeito de ‘pessoas diferentes’. Via filmes relacionados ao assunto, mas sempre fui muito ‘cética’ para acreditar em algo que fosse totalmente contra a lógica. Talvez fosse minha hora. Talvez não!”
Não era um dia qualquer. Era o dia do aniversário da diretora, um ritual comum entre os alunos do segundo colegial do colégio ESP (fazer uma festinha de aniversario). Carol dormia em sua casa até que Victória sua melhor amiga a acordou jogando pedrinhas em sua janela. “Carol!” gritava Victória ao jogar mais pedras “Acorde se não vou continuar a jogar!” Foi quando Ca se levantou assustada.
“Victória!” chamou Carol ao abrir a janela e uma das pedrinhas acerta-lhe o rosto “Pare com isso agora! Qual é a sua? São cinco da manha!” Vicky balançou a cabeça dando um sorriso irônico e então falou “O anta hoje é dia 13 de Setembro!” Com a mão Carol cobriu a boca e disse um “não” totalmente assustado “Vicky pega a escada e sobe aqui!” Foi o que Victória fez.
“Molhe o rosto e ponha o uniforme rápido! Você come no caminho!” Carol fez que sim com a cabeça e começou a se arrumar. Prontas saíram correndo pela porta da frente, não demorou muito e já haviam chegado no colégio. A reunião já tinha começado então elas se sentaram e se puseram a escutar o líder do segundo ano falar.
Tocou o sinal e todos correram para suas salas, primeira aula uma bagunça, todos conversando, a professora chegou a mandar dois alunos para fora, então o sinal da segunda aula soou. Todos se calaram ao ver o professor chegar com uma pilha de folhas na mão. Prova surpresa. Carol não demorou mais de meia hora para terminá-la então saiu antes de todos.
(Narradora Carol)
“Boa prova para vocês!” disse em tom de zombeira e então sai da sala. Andei com rumo á uma parte um pouco mais isolada do colégio – o que eu e minhas amigas gostamos de chamar de “O quarto de trás” – (gosto de ficar lá quando estou meio deprimida. Meu namorado terminou faz um mês comigo. Ainda sinto falta dele.)
Cheguei, abri a porta e sentei deixando que a porta de vidro batesse. Com o barulho algo dentro do “quanto de trás” se mexeu fazendo-me tomar um susto. E então essa coisa – que na verdade é um menino - olhou para mim prestando muita atenção.
“Oi” disse assustada. “Quem é você?” perguntei ainda com meu coração batendo forte. E uma voz suave e mais velha falou a mesmo tom fazendo com que meu coração que estava quase baixando o ritmo acelerasse de novo “Oi. Sou Pedro, entrei ontem no colégio... E você...?” Sorri simpaticamente e respondi “Carol. Estudo aqui á uns anos já.” Então andei até o interruptor de luz e a acendi, uma fraca lâmpada acendeu iluminando apenas uma parte do quartinho – a parte onde estava –, voltei, olhando para meus pés, para onde o menino estava e sentei ao seu lado.
“O que faz aqui?” minha voz foi diminuindo quando disse olhando novamente – só que agora de uma maneira mais descente, com luz – seu delicado e lindo rosto. Ele era pálido, muito pálido, mas de uma forma que realçava seus olhos azuis escuros e seu cabelo cor de ferrugem brilhante, ele sorriu mostrando-me seus dentes perfeitos e brancos, me demorei em sua boca, olhando bem atentamente para seus dentes que pareciam iluminar mais ainda o quartinho, observei seus caninos “nossa como são grandes!” pensei, mas mesmo tento esse tamanho tão irreal o deixava com mais charme. Passamos longos vinte minutos conversando, contei do termino de meu relacionamento e ele me disse que acabara de voltar de um intercambio.
Pulei de susto ao ouvir sinal, me despedi rápido e sai de lá. Comprei uma coxinha de frango e corri até a quadra – onde ia ser a festa “surpresa” – fui umas das primeiras, e após 5 minutos a turma já estava toda reunida, a diretora vindo. Cantamos parabéns e zuamos muito. Então juntamente com a terceira a aula a comemoração terminou. O resto das aulas foi normal, o que mudou mesmo, foi eu no intervalo ir para “o quarto de trás” ver Pedro, passamos alguns dias conversando e depois de uma semana me dei conta de que estava irrevogavelmente apaixonada por ele, como se eu precisasse dele para continuar, ele agora se tornava o centro de minha vida.
Dia 27 de setembro, duas semanas depois de conhecê-lo. Estávamos no tal quartinho quando de seus lindos e avermelhados lábios um convite saiu: “Cá, gostaria de hoje a noite passear comigo? Pegaria-te as oito” sem exitar aceitei.
Cheguei em casa e fui direto tomar banho. Esperei que meu cabelo secasse um pouco naturalmente e depois fiz uma escora enrolado meu cabelo atrás para deixá-lo com um leve volume. Jantei escovei meus dentes e o esperei sentada com meu melhor conjunto de vestido e uma sandália salto sete.
Oito horas em ponto e a campainha toca, dei um pulo “como ele é pontual!” fui até a porta e a abri, “Ola!” disse esperançosa “Ola!” disse ele ao mesmo tom, “vamos?”, sorri dando-lhe um beijo na bochecha e disse um ”vamos!” muito animada. Entramos
Era um lugar escuro – me dava um pouco de medo – ele saiu do carro e foi até porta do carona a abriu. Sai. Então ele sorriu novamente para mim e disse ao me encostar no carro “Escolhi um lugar especial para fazer isso.”.
Sorri para ele e ele começou a se aproximar. Ficamos a menos de um centímetro um do outro, seu sorriso parecia me hipnotizar como nenhum outro dia.
Atrás dele uma escuridão total, apenas as poucas estrelas e a lua minguante no céu iluminavam-nos. Voltei a centrar minha visão em seus olhos azuis, ele piscou lentamente e colocou uma de suas mãos em minha nuca, ao abrir novamente os olhos eles estavam diferentes, em um tom de vermelho-sangue. “Seus olhos!” falei desesperada “Shii” ele disse colocando o dedo indicador da outra mão em meus lábios “Não vai doera. Eu prometo! A sensação é boa!” Não deu tempo para responder, ele já havia me prendido contra o carro e me beijado ternamente. Ele se afastou depois de um longo tempo e puxou de leve meu cabelo fazendo-me olhar para cima.
Gemi de leve ao sentir seus lábios frios em meu pescoço, após um curto tempo ele novamente se afastou – mas não me deu chance de baixar a cabeça – e então senti uma dor insuportável em meu pescoço e em um piscar de olhos – literalmente – a dor foi mudando para outra sensação: Prazer!
Senti minhas pernas fracas e então percebi que algo que deveria ser quente em meu corpo fora congelado. Tudo se apagou e nunca mais voltei a abrir meus olhos.